Notas do dia

Comemorações antecipadas

Amanhã, 30 de agosto, é o meu aniversário, mas na sexta-feira passada meus alunos me prepararam uma festa surpresa. E foi surpresa mesmo, dada a antecipação do aniversário em uma semana. Fiquei emocionada porque sei da pobreza em que vivem e me deparei com o refeitório da escola todo enfeitado com painel da Cinderela (eles querem que eu encontre o tal príncipe encantado de qualquer jeito!), papos, cartazes com mensagens pessoais e versículos bíblicos, toalha decorada na mesa e, até, lembrancinhas da Cinderela (claro!). Eles contaram com uma pequena colaboração do diretor da escola e da merendeira, que foi quem fez o bolo de chocolate com os materiais que eles mesmos conseguiram juntar.
Agradeci-lhes pela festa e disse-lhes que meu aniversário ainda seria na semana seguinte. Responderam que sabiam mas que, quando foram avisar às outras professoras sobre a festinha, souberam que os funcionários da escola já estavam preparando uma outra festa "surpresa" que seria na sexta, 29 de agosto. Bem, fingi que não sabia de nada e hoje tive minha segunda festa de aniversário... antecipada.

Solteirice

Não sei porque o fato de eu ainda estar solteira incomoda tanto as pessoas. Todo mundo fica me desejando que encontre logo um namorado. Não sou tão insensível quanto pensam alguns, mas acho que nenhum homem é capaz de compreender quais são as minhas prioridades nesse momento de minha vida. Casamento, decididamente, não é uma delas.

Confissões de dona Maria

Hoje conversava com colegas de trabalho sobre dona Maria, uma das merendeiras da escola. Figura ímpar em nossas vidas, esta senhora tem comportamento muito variável e, não raro, nos surpreende com algumas das coisas que fala sobre a própria vida e a dos outros. Ela é membra da Assembléia de Deus e tem uns 55 anos de idade. É uma divorciada que vive "experimentando" homens que "o Senhor revela que devem ser o seu varão" - estas palavras sáo dela mesma. Nesses três anos que a conheço, já perdi a conta de quantas revelações divinas desse tipo ela recebeu.
Fato é que faz alguns meses ela foi morar junto com o varão da vez. Desde então, enche os nossos ouvidos com as revelações de sua vida sexual. Todos que trabalham na escola sabem a feqüência com que o casal tem relações sexuais, quais as posições preferidas e outros detalhes que a maioria das pessoas preferem não falar em público.
Chegamos a uma conclusão: ou estamos muito ultrapassados, ou ela é pós-doutorada em sexo. De tudo o que foi falado, uma coisa nos trouxe maior estranheza foi o relato do orgasmo conseguido nas axilas... Haja sensibilidade à flor da pele!...

Pequim 2008


Já se falou muito sobre as Olimpíadas de Pequim, então não quero me alongar no assunto. Mas há algumas coisas que me fizeram pensar um pouco mais no tema.
1) A escolha de Pequim como sede dos jogos foi definida pelo crescimento econômico chinês nos últimos anos, não levou-se em conta o alto nível de poluição da cidade e nem a falta de liberdade que a imprensa internacional teria.
2) A grande capacidade de organização e disciplina dos chineses e a beleza das instalações olímpicas e dos espetáculos de abertura e encerramento dos jogos, desviaram a atenção do grande público das atrocidades cometidas pelo governo chinês.
3) Nenhum atleta falou nos direitos humanos que a China desrespeita??? ("Ideologia, eu quero uma pra viver!")
4) Não poderíamos esperar que os atletas brasileiros tivessem melhor desempenho, já que o Brasil não tem um programa governamental de formação esportiva, que poderia ajudar a resolver alguns de nosso graves problemas sociais.
5) E a medalha de ouro no futebol masculino?... Espero que até a próxima Olimpíada, a CBF entenda que a maioria dos brasileiros anseia por esta medalha e prepare adequadamente a seleção olímpica de futebol.
6) As mulheres estão superando os homesn, também no esporte.

A festa de aniversário


Sexta-feira o filho de uma amiga fez aniversário. Lembrei-me da data mas, como ela não entrou em contato comigo, imaginei que não haveria festa como de costume. Estava atarefada e também não fui até a casa dela.

Hoje pela manhã ela veio me convidar para a festa que aconteceria esta noite. Agradeci educadamente pelo convite e expliquei-lhe que talvez não desse para eu ir porque tinha algumas tarefas importantes a fazer e sair de casa hoje não estava nos meus planos. Mas Marcinha - minha amiga - é muito insistente e começou a me dar alguns bons motivos (na opinião dela) para eu ir na festa de aniversário do seu filho. Falou do bolo, dos docinhos, salgadinhos e, principalmente, de "quem" estaria por lá. É sempre bom rever velhos amigos, já estava me decidindo a ir.

Ela veio à minha casa inúmeras vezes, só pra dizer que eu não poderia faltar. Fiz todo o possível para terminar minhas tarefas a tempo. Por volta das 8:30 fui me arrumar. Estava um pouco atrasada. Me arrumei rapidamente e fui. Cheguei na casa da Marcinha e eis que me deparo com a casa toda fechada e apagada. Só então percebi, um tanto tardiamente, que um detalhe foi esquecido: qual seria o local da festa. A festa de aniversário deve estar acontecendo ainda, mas eu não sei onde. Como diria meu professor Guilherme: "Não é uma loucura?"

Bem, deixei um bilhete pedindo desculpas por ter chegado atrasada. Sei que não vai adiantar muito. Amanhã ela virá reclamar por eu não ter ido. Mas eu fui! Ela que não me disse aonde era pra ir.

A mão cabeluda

Quando eu era criança, passava a maior parte de minhas férias na casa de minha avó. Vó Leonor morava numa casa pequena, em meio às salinas e muito próxima da Lagoa de Araruama. Minha avó sempre contava histórias. Algumas sobre fatos passados, outras totalmente folclóricas (só hoje percebo isso).
Uma das histórias que nunca esquecerei, é a da mão cabeluda. Vovó não deixava a gente comer nada com as luzes apagadas, dizia que quando alguém comia no escuro a mão cabeluda aparecia. O medo que eu e alguns de meus primos tínhamos dessa tal mão cabeluda era tão grande que rapidamente um de nós acendia a luz sempre que íamos comer algo. E, de luzes acesas, nos alimentávamos tranqüilamente. Nunca perguntamos para vovó o que a mão cabeluda fazia. Quer dizer, morríamos de medo nem sabemos de quê... O que essa terrível mão seria capaz de fazer com quem ousasse desafiá-la comendo no escuro???
Puro folclore. Só folclore, não tem o que explicar. Mas, até hoje, não como nada no escuro. Sei que nenhuma mão cabeluda desconhecida virá me pertubar nesse momento, só que tenho uma estranha sensação que me indica que é melhor deixar a luz acesa.

O mundo não é o mesmo nestes últimos dias


Se você pensou que este seria um texto metafísico, enganou-se.
Não é um texto religioso.
Nem sobre política.
Tampouco de auto-ajuda.

O mundo, para mim, não tem sido o mesmo que eu via anteriormente. Não o vejo do mesmo jeito. Isso nada tem a ver com maturidade ou revelação divina! Pessoas, casas, carros, animais, plantas, mar, a cidade toda não é vista, por mim, nestes dias, com as suas reais características. Estou sem meus óculos!!! Que sensação estranha ver e saber que aquilo para o que se está olhando não é daquele jeito. Tenho visto o mundo como se fosse uma imagem de baixa resolução: vejo que uma coisa está num determinado lugar, mas não posso descrever detalhadamente a coisa que estou vendo. Vejo parcialmente. E assim ficarei até que meus - agora estimados - óculos estejam comigo e com as suas novas lentes.
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